Viagem Sem Rumo

​

"Dizem que há insetos cuja visão é tão limitada que uma ponta de suas asas os eleva acima do horizonte. Cada movimento é um mergulho na incerteza. Eles são como os cegos que não sabem onde seus passos os estão guiando. Se o bater de uma asa nos arremessaria acima de nosso horizonte, teríamos um novo e surpreendente senso da eterna aventura. "

 

Béla Balázs

 

On Foot - First published in Béla Balázs, Der Phantasie-Reiseführer: Das ist ein Baedeker der Seele für Sommerfrischler (Berlin: Paul Zsolnay Verlag, 1925) OCTOBER 115, Winter 2006, pp. 59–60. © 2006 October Magazine, Ltd. and Massachusetts Institute of Technology.

​

​

Viagem Sem Rumo é um trabalho que vem de uma necessidade intrinseca de pesquisa, abordando a representação da experiência humana numa reflexão sobre a contemporaneidade. Um exercício íntimo de consciência, onde o instinto reflete sobre a razão e vice-versa, em momentos que se cruzam as realidades interiores e exteriores.
 
A solidão e a alienação diante da multidão. O vazio incitando a busca por uma espiritualidade perdida. A vulnerabilidade das relações em busca desesperada de afeto. O movimento perpétuo como resultado da ansiedade constante. A dormência dos sentidos na repetição dos dias. A ausência de valores perante a multiplicidade de referências baralhadas. O processo de aculturação onde a homogeneidade se sobrepõe ao indivíduo. Um retrato da sociedade atual na sua bipolaridade dominante.
 
Em última análise, uma análise sobre o ato emocional e compulsivo de coletar e preservar memórias e, portanto, revivê-las e recriá-las. Onde o fim é a viagem em si. Como a vida.